Juros compostos: descubra como potencializar seus investimentos
Juros sobre juros
A ideia por trás dos juros compostos está vinculada a frase: “Juros sobre juros”, ou seja, ao trabalhar com os juros compostos, o investidor estará contando com os ganhos provenientes do acúmulo dos rendimentos.
Em outras palavras: ao investir R$ 1.000,00 em um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que paga 1% ao mês, o investidor verá seu título se valorizar em R$ 10,00 até o final do mês,
Isso significa que no segundo mês, o investidor verá o seu investimento se valorizar em mais R$ 10,00? Não, porque temos os juros compostos em ação.
Como estamos lidando com uma taxa mensal, a partir do segundo mês, a taxa será aplicada ao saldo final do primeiro mês. Portanto, a rentabilidade de 1% ao mês, será calculada sobre o saldo de R$ 1.010,00.
Nesse sentido, o CDB ficará com um saldo de R$ 1.020,10. Assim, temos R$ 0,10 como resultado do juro composto.
No terceiro mês, o juro composto ganhará ainda mais força, já que o investimento acumulado será de R$ 1.020,10. Sendo assim, ao final do terceiro mês, o saldo do CDB será de R$ 1.030,30.
Juros compostos são devagar?
Observando nosso exemplo, podemos reconhecer certa lentidão na função dos juros compostos em nossos investimentos.
Porém, é no longo prazo e sobre montantes cada vez maiores que eles fazem a diferença. Por isso, vinculados os juros compostos a ideia de longo prazo.
Investir R$ 1 mil para muitas pessoas pode ser algo inviável. Então visualizar o efeito dos juros compostos no curto prazo, será muito difícil.
Mas, com aportes recorrentes, no médio prazo, o investidor já terá uma noção maior sobre como os juros compostos podem potencializar os ganhos.
Por exemplo: um investidor já possuía R$ 500.000,00 de patrimônio para investir. Em janeiro de 2024, o investidor começou a aportar, todos os meses, R$ 3000,00 em um CDB com rendimento de 1% ao mês.
Considerando que tal rentabilidade se mantenha ao longo de 10 anos, com aportes de R$ 3000,00, o investidor alcançará o seguinte resultado:
Ano | Montante Final |
dez/24 | R$ 500.000 |
dez/25 | R$ 601.460 |
dez/26 | R$ 715.788 |
dez/27 | R$ 844.615 |
dez/28 | R$ 989.781 |
dez/29 | R$ 1.153.357 |
dez/30 | R$ 1.337.679 |
dez/31 | R$ 1.545.378 |
dez/32 | R$ 1.779.418 |
dez/33 | R$ 2.043.141 |
Ao final de 10 anos, o investidor terá R$ 2.043.141. Agora se o investidor só poupasse os recursos, sem aportar, o valor acumulado seria de R$ 860.000, contando com o patrimônio inicial.
Portanto os rendimentos, aliados aos juros compostos, duplicaram o valor aportado.
Este exemplo mostra que bons rendimentos também podem colaborar com os juros compostos, inclusive para potencializar ainda mais os ganhos e consequentemente, o aumento patrimonial.
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Bons rendimentos mais juros compostos
Contar somente com a força dos juros compostos em sua carteira de investimentos, às vezes pode não ser o suficiente. Principalmente quando a pessoa tem objetivos mais arrojados.
Para obter ganhos mais expressivos e agilizar o seu crescimento patrimonial, é necessário olhar com mais atenção as oportunidades do mercado financeiro.
Com isso, é necessário avaliar os rendimentos proporcionados por alguns investimentos, sempre visando o “custo benefício” com relação aos riscos associados a cada tipo de ativo.
Por exemplo; um CDB de um grande banco, cuja rentabilidade é de 110% do CDI e com vencimento em 2 anos, pode ser uma opção bem interessante.
Mas, se o CDB for de um banco pequeno, com rendimentos de até 120% do CDI e prazo de vencimento de 4 anos, os riscos podem não compensar o rendimento maior.
Em uma situação assim, além da qualidade duvidosa do CDB (vindo de um banco menos sólido), o prazo maior traz riscos com relação a uma eventual insolvência da instituição financeira.
Ou seja, CDBs com prazo de vencimento maior possuem menos liquidez. Além disso, no caso de um resgate antecipado, o investidor poderá sofrer com a volatilidade do mercado e perder parte do valor do CDB. Esse desconto no CDB é comum, principalmente em títulos que estão longe do vencimento.
Mesmo contando com artifícios de segurança, como o próprio FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o investidor precisa ficar atento para não comprometer seus investimentos em ativos de risco elevado.
Outro ponto relevante é o investimento em caderneta de poupança e planos previdenciários. Essas duas opções, são muito comercializadas por bancos e normalmente, não oferecem retornos condizente com a média do mercado. Comparado a outros ativos de níveis de risco semelhantes, a caderneta e alguns planos previdenciários podem apresentar “risco retorno” pior.
Dessa maneira, se o investidor busca por aplicações seguras e com rendimentos acima dos 100% do CDI (taxa de Certificado de Depósito Interbancário), há diversas opções que vão além do CDB, como: Fundos de Investimento em Renda Fixa, Multimercado, Crédito Privado e até os FIC (Fundos de Investimento em Crédito) e FIDC (Fundos de Investimento de Direito Creditório) geridos pelas melhores instituições financeiros do país, como: JGP, Sparta, More, Solis, Everest, Absolute, Kinea, e Safra. Esses fundos costumam oferecer rentabilidade entre 120% a 160% do CDI. A volatilidade de tais fundos fica próxima a zero.
Diversificar e monitorar
Ao construir uma carteira de investimentos diversificada, com ativos de renda variável e fixa, as chances de explorar ainda mais os benefícios dos juros compostos, cresce.
Isso acontece, devido à relação inversa que os dois tipos de investimentos possuem. Por exemplo, em momentos de alta dos juros, a renda fixa ganha muito mais atenção, uma vez que os rendimentos proporcionados por taxas fixas e o CDI, crescem.
Em detrimento da alta dos juros, os produtos de renda variável acabam perdendo força. Como a renda fixa tem opções mais seguras e, devido à alta dos juros, passam a render mais, os investidores costumam liquidar suas posições na renda variável, em busca de retornos maiores, aliados à boa segurança.
Vale destacar que esse “êxodo” no mercado, abre ótimas oportunidades na renda variável. Desse modo, o investidor pode aproveitar os bons retornos da renda fixa, e alocar parte dos ganhos na renda variável (que está depreciada).
Assim, quando o ciclo de alta dos juros terminar, há grandes chances da bolsa voltar a se valorizar, gerando bons retornos aos investidores que compraram na “baixa”.
Essa movimentação, entre produtos de renda fixa e variável, pode ser extremamente eficiente, desde que o investidor tenha consciência dos ativos em carteira. Além disso, o investidor precisa identificar o momento para realizar tais movimentações.
Invista com consciência
O mercado financeiro brasileiro vem crescendo dia após dia. Atualmente há uma imensidão de fundos de investimentos, títulos de renda fixa, produtos de renda variável e outros.
Assim, antes de investir em qualquer ativo, é importante ler e compreender as opções existentes no mercado. Identificar o seu perfil como investidor também pode ser de grande ajuda.
Sair por aí investindo em qualquer ativo, na expectativa que os juros compostos “trabalhe para você” dificilmente terá um bom resultado. Portanto, invista com consciência e experimente o potencial dos juros compostos.